segunda-feira, 19 de maio de 2008

PANORÂMICA DO PERCURSO (clique sobre o mapa para ampliar)

Fonte: Elaboração de Cássio H. G. Cezare e Lindomar G. F. Filha com base em dados de MMA (2008-a e 2008-b), DNPM (2008) e imagens de satélites disponíveis em www.kh.google.com (software Google Earth, versão 4.2.0205.5730) acessadas em 19-05-2008.
Legenda: --- APA da Serra dos Pireneus, --- Parcial do percurso da aula de campo e --- Requerimentos de Lavra e Autorizações de Pesquisa em favor da Coopebrás de Pirenópolis Ltda.

A APA da Serra dos Pireneus foi criada pelo Decreto Estadual no. 5.174, de 17/fevereiro/2000. É uma unidade de conservação de uso sustentável com 19.966 ha.

Apesar de não constar no mapa, nos limites da referida APA se encontra o Parque Estadual dos Pireneus, criado pelo Decreto no. 4.830, de 15/outubro/1987 e Lei 10.321, de 20/novembro/1987. É uma unidade de conservação de proteção integral com 2.833 ha.

Em ambas as unidades a administração está a cargo da Agência Ambiental de Goiás.

PARCIAL DO PERCURSO

Fonte: Elaboração de Cássio H. G. Cezare e Lindomar G. F. Filha com base em dados coletados com GPS, DNPM (2008) e imagem de satélite disponível em www.kh.google.com (software Google Earth, versão 4.2.0205.5730) acessada em 19-05-2008.
Legenda: --- Requimentos de Lavra e Autorizações de Pesquisa em favor da Coopebrás de Pirenópolis Ltda. pelo DNPM e --- Parcial do percurso da aula de campo.

A DESORDEM AMBIENTAL

Foto: Cassio H. G. Cezare

Onde antes predominavam fitofisionomias do Bioma Cerrado, hoje reina a desordem ambiental. No roteiro de nossa aula de campo constava uma pedreira de quartzito, com lavra a céu aberto, provavelmente por desmonte, pois o material está em camadas. A disposição desordenada dos rejeitos sobre material ainda por ser explorado, assim como o acúmulo de água pluvial, chamam a atenção.

A LUXÚRIA LEVA A PERDA DE QUALIDADE AMBIENTAL


Fotos: Cassio H. G. Cezare

Chegará o dia em que a nota fiscal que permite essas "belezas" chegarem até as edificações dos mais afortunados para ornamentar os muros, as bordas de piscinas etc., vai constar os dados do licenciamento ambiental.

ALGUMAS INICIATIVAS DE REAPROVEITAMENTO


Fotos: Cassio H. G. Cezare

As exigências da sociedade civil e dos órgãos de licenciamento e fiscalização ambiental condicionam a uma melhor destinação e aproveitamento dos resíduos da mineração. Como exemplos evidenciamos a moagem para a fabricação de areia e o emprego de retalhos na fachada de uma edificação.

domingo, 18 de maio de 2008

AO PÉ DE UM JEQUITIBÁ CENTENÁRIO

Foto: Cassio H. G. Cezare

Abandonando temporariamente a vida urbana e adotando hábitos antes restritos aos povos silvícolas, o ser humano atual se abriga do Sol que impera no Cerrado a sombra de um jequitibá-do-brejo (Cariniana sp./Família Lecythidaceae), numa Mata de Galeria ao longo de nosso percurso.

O CAMINHO REVELA AS ESPÉCIES

Foto: Cassio H. G. Cezare

A caminho do nosso destino, já dentro dos limites do Parque Estadual Morro dos Pireneus, uma espécie do gênero Paepalanthus da Família Eriocaulaceae nos agracia com sua singularidade. Segundo Mendonça et al. (1998) 39 espécies desse gênero foram catalogadas no Bioma Cerrado.

DENSIDADE ARBÓREA DO CERRADO

Foto: Cassio H. G. Cezare

Vários fatores parecem influenciar na densidade arbórea do Cerrado sentido restrito como as condições edáficas (Waibel, 1948; Beard, 1953), pH e saturação de alumínio (Alvim e Araújo, 1952; Goodland, 1971; Goodland e Ferri, 1979), fertilidade, condições hídricas e profundidade do solo (Eiten 1972, 1994; Ab’Saber, 1983; Araújo e Haridasan, 1989), além da freqüência de queimadas (Coutinho, 1980;1992) e ações antrópicas (Rawitscher, 1948). Os reflexos desses fatores aparecem na estrutura, na distribuição espacial dos indivíduos lenhosos, e na composição florística da vegetação.

A alta taxa de alumínio apresentada na composição das árvores do Cerrado típico, favorece modificações na morfologia dos seus ramos ao longo do crescimento do vegetal e fisionomicamente apresentam-se bastante retorcidos.

O CERRADO E SUAS ADAPTAÇÕES

Foto: Lindomar G. F. Filha - Lixeira (Curatella americana/Família Dilleniaceae)

Os troncos das plantas lenhosas em geral possuem cascas com cortiça grossa, fendida ou sulcada, e as gemas apicais de muitas espécies são protegidas por densa pilosidade. As folhas em geral são rígidas e coriáceas. Esses caracteres fornecem aspectos de adaptação à condições de seca (xeromorfismo). Todavia é bem relatado na literatura que as plantas arbóreas não sofrem restrição hídrica durante a estação seca (Goodland e Ferri, 1979), pelo menos os indivíduos de espécies que possuem raízes profundas (Ferri, 1974), embora o assunto ainda seja controverso (Alvim, 1996).

Foto: Lindomar G. F. Filha

As planta lenhosas do Cerrado Típico com caule grosso (aproximadamente 2 cm ou mais de diâmetro na base) são, na maior parte, torcidos, isto é, têm numerosas dobras. A nova direção do eixo depois de uma dobra é em ângulo largo em relação à direção anterior. Isto dá uma aparência tortuosa à vegetação. A razão destas dobras é que cada nova direção é um novo ramo de ordem superior; os troncos e galhos são eixos simpodiais. Mesmo quando não são particularmente torcidos, os troncos são freqüentemente inclinados ou, às vezes, paralelo ao chão antes de virarem a ponta para cima (Eiten, 1993).

UM AVISO SOBRE AS DIFICULDADES DA SUBIDA

Foto: Cassio H. G. Cezare

Ao sopé do Morro dos Pireneus o afloramento do quartzito anuncia as dificuldades que vamos enfrentar. Contudo o contato com a diversidade de espécies e ambientes no caminho compensa.

MAIS ESPÉCIES SE REVELAM

Foto: Lindomar G. F. Filha

Na trilha que leva ao Morro dos Pireneus outras espécies nos agraciam com sua singularidade.

Foto: Cassio H. G. Cezare

A TENTATIVA DE SER UM BANDEIRANTE


Vídeo: Cássio H. G. Cezare

"...eu não sou um Bandeirante nem Pedro Álvares Cabral pra desbravar outros caminhos..." por Helci Ferreira.

A PERIGRINAÇÃO ATÉ O MORRO DOS PIRENEUS

Foto: Cassio H. G. Cezare
O esforço de se chegar aos 1.388 m de altitude do Morro dos Pireneus não é em vão. Numa das vistas o Morro do Cabeludo e o mosaico de fitofisionomias do Bioma Cerrado, entre elas o Cerrado Típico.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Distribuição do Bioma Cerrado


Fonte do mapa: www.wwf.org.br citado por
www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-cerrado/index.php

Segundo IBGE (1992) o termo Savana é procedente na Venezuela, tendo sido empregado pela primeira vez por Oviedo & Valdez (1851), para designar os "lhanos arbolados da Venezuela" (formação graminóide dos planaltos, em geral cobertos por plantas lenhosas) e posteriormente levado para a África (apud Tansley, 1935).

IBGE (1992) ressalta que no decorrer das décadas vários autores utilizaram-se de outros termos, abaixo relacionados, para designar este tipo de vegetação: estepe (Humboldt, 1806), estepe tropical (Drude, 1889), floresta de savana (Shimper, 1903), campos cerrados ou vegetação xerofítica (Warming, 1908), savana (Chevalier, 1932; Lanjouw, 1936; Trochain, 1951 e 1954) e campo cerrado (Rawitscher, 1952).

IBGE (1992) coloca que após as ponderações anteriores resolveu-se adotar o termo Savana como prioritário e Cerrado, entre parêntese, como sinônimo regionalista, por apresentar uma fitofisionomia ecológica homóloga à da África e Ásia.

A Savana (Cerrado) foi subdividida em quatro subgrupos de formação: Savana Florestada (Cerradão), Savana Arborizada (Campo-Cerrado), Savana Parque e Savana Garamíneo-Lenhosa (IBGE, 1992).

Segundo Ribeiro e Ribeiro (1998) as formações savânicas do Cerrado englobam quatro tipos fitofisionômicos principais: o Cerrado sentido restrito, o Parque de Cerrado, o Palmeiral e a Vereda. O Cerrado sentido restrito caracteriza-se pela presença dos estratos arbóreo e arbustivo-herbáceo, com as árvores distribuídas aleatoriamente sobre o terreno em diferentes densidades.

Cerrado sentido restrito

Fonte da foto:
www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia16/AG01/arvore/AG01_52_911200585234.html

De acordo com a densidade (estrutura) arbóreo-arbustivo, ou do ambiente em que se encontra o Cerrado sentido restrito apresenta quatro subtipos: Cerrado Denso, Cerrado Típico, Cerrado Ralo e Cerrado Rupestre (Riberio e Walter, 1998).

Cerrado Típico

Fonte da foto: www.clubedasemente.org.br/piqui.html (pequi - Caryocar brasiliense/Família Caryocaraceae).

O Cerrado Típico é um subtipo predominantemente arbóreo-arbustivo, com cobertura arbórea de 20% a 50% e altura média de três a seis metros. Trata-se de uma forma comum e intermediária entre o Cerrado Denso e o Cerrado Ralo. O Cerrado típico ocorre em Latossolo Vermelho-Escuro, Vermelho-Amarelo, Cambissolos, Areias Quartzosas, solos Litólicos ou Concrecionários, dentre outros (Ribeiro e Walter, 1998).



Diagrama de perfil (1) e cobertura arbórea (2) de um Cerrado Típico representando uma faixa de 40 m de comprimento por 10 m de largura extraído de Ribeiro e Walter (1998).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL – DNPM. SIGMINE: Informações Geográficas da Mineração. Disponível em : http://sigmine.dnpm.gov.br/, acesso em 19/5/2008, 04:08.
  2. EITEN, G. Vegetação do cerrado. In: NOVAES, M. (org.). Cerrado: caracterização, ocupação e perspectivas. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 1993 – 2a. edição. p. 17-73
  3. IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Série Manuais Ténicos em Geociências, no. 1. Rio de Janeiro, 1992, 92 pgs.
  4. MENDONÇA, Roberta Cunha de; FELFILI, Maria Jeanine; WALTER, Bruno Machado Teles; SILVA JÚNIOR, Manoel Cláudio da; REZENDE, Alba Valéria; FILGUEIRAS, Tarciso S. e NOGUEIRA, Paulo Ernane. FLORA VASCULAR DO CERRADO. In: SANO, Sueli Matiko e ALMEIDA, Semíramis Pedrosa de (org.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina, DF: EMBRAPA-CPAC, 1998. p. 287-556.
  5. MMA-a. ATUALIZAÇÃO DAS ÁREAS PRIORITÁRIAS 2006: Mapa das Áreas Prioritárias para conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira - 2006. Disponível em: http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=72&idMenu=3812, acesso em 26/02/2008, 16:30.
  6. MMA-b. AVALIAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS. Disponível em: http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=72&idConteudo=6410, acesso em 26/02/2008, 16:40.
  7. RIBEIRO, José Felipe e WALTER, Bruno Machado Teles. FITOFISIONOMIAS DO BIOMA CERRADO. In: SANO, Sueli Matiko e ALMEIDA, Semíramis Pedrosa de (org.). Cerrado: ambiente e flora. Planaltina, DF: EMBRAPA-CPAC, 1998. p. 89-166.